28 de jan. de 2015

Anarquismo Verde ou Eco-Anarquismo...

O Anarquismo Verde, ou Eco-Anarquismo, é uma corrente anarquista que defende, como qualquer outra corrente anarquista, um movimento contra a hierarquia e qualquer forma de autoridade social, mas que parte de um ponto de vista centrado na natureza e na sua relação com ela. A maior parte dos apologistas do anarquismo verde defendem uma perspectiva de ecologia social, apontando para uma realidade humana sem hierarquia como tendo uma origem natural e biológica. O seu discurso distingue-se normalmente das outras correntes pela sua crítica à tecnologia, produto da lógica de domesticação da sociedade patriarcal, como sendo social e politicamente parcial.
O anarquismo verde defende assim uma relação estreita do homem com a natureza, em alternativa à economia da produção em massa onde ele desempenha uma pequena tarefa, reduzido ao trabalho desumano, na gigante máquina industrial, também referida como a megamáquina.

O texto completo, que é do blog Anarquista.Net, tá lá em:

Anarquismo Verde

25 de jan. de 2015

O Papagaio que Pedia Liberdade

("Emprestado" lá do blog Gente Chimarrona...)

O Papagaio que Pedia Liberdade

Esta é a história de um papagaio muito contraditório. Havia já uns tantos anos que esse papagaio vivia em uma gaiola muito cômoda, que o seu proprietário, um tranquilo ancião ao qual o animal fazia companhia, mantinha limpa e com a água e a comida necessárias.
   Certo dia, o ancião convidou um amigo seu à sua casa, para desfrutar de um saboroso chá do Sri Lanka.
   Os dois homens se puseram no salão, sentados bem perto de uma janela, ao lado da qual se encontrava o papagaio em sua gaiola. Logo, quando estavam os dois homens bem acomodados, a tomar o chá, o papagaio começou a berrar, insistentemente:
-- Liberdade, liberdade, liberdade!
   Não parava de pedir pela liberdade... Durante todo o tempo em que o convidado esteve na casa, o animal não deixou de reclamar por liberdade de uma maneira angustiante. Tão angustiante era o seu pedido que o convidado sentiu-se apiedado, e nem mesmo pode terminar de saborear comodamente a sua xícara de chá, decidindo por encerrar a sua visita. Estava ele já saindo porta afora, porém continuava ouvindo os veementes gritos do papagaio:
-- Liberdade, liberdade, liberdade!
   Dois dias se passaram. Aquele que fora o convidado não podia deixar de sentir compaixão pelo papagaio. Mas era tanto o quanto o perturbava o estado daquele pobre animal, que decidiu então que seria necessário pô-lo em liberdade. E ele tramou um plano. Sabia quando o ancião deixava sua casa para ir às compras -- ele ia então se aproveitar dessa ausência e libertar o pobre papagaio de sua triste gaiola.
   E assim o fez. Um dia depois, na hora adequada, o tal convidado pôs-se por perto da casa do ancião, e, quando o viu sair, correu até sua casa, abriu a porta com uma gazua e entrou no salão -- onde o papagaio continuava berrando:
-- Liberdade, liberdade, liberdade!
   Isso partia o coração daquele que fora o convidado. Quem não sentiria pena do animalzinho? De pronto, ele se aproximou da gaiola e abriu a sua portinhola. Então o papagaio, apavorado, pulou para o outro lado da gaiola e, agarrando as barras com seu bico e unhas, bem se recusou a dela sair.
   O convidado foi se afastando, confuso e apiedado. Apesar de ter a portinhola aberta, o papagaio permanecia no fundo da gaiola, já se aquietando; de quando em vez, porém, continuava resmungando:
-- Liberdade, liberdade, liberdade...

Assim como esse papagaio, são muitos os seres humanos que dizem querer a liberdade -- os quais, todavia, acostumaram-se de tal maneira à sua gaiola que, na realidade, têm medo de abandoná-la...


Conto de origem desconhecida
(Em uma versão das Edições Natura naturans)

15 de jan. de 2015

O que É o Anarquismo Verde

Uma Introdução ao Pensamento e Prática Anarquista Anti-Civilização 
Green Anarchy Collective

"Este texto não é para ser os princípios que definem um movimento anarquista verde, nem mesmo um manifesto anti-civilização; é um olhar sobre ideias e conceitos básicos de membros de coletivos que dividem consigo e outros que se identificam com os anarquistas verdes. Nós entendemos e celebramos a necessidade de manter nossas visões e estratégias abertas, e discussões sempre são bem vindas."
O texto completo, traduzido pelo Coletivo Erva Daninha, tá lá em:

PELA DESTRUIÇÃO DA CIVILIZAÇÃO!
PELA RECONEXÃO COM A VIDA!

1 de jan. de 2015

O novo desafio Ludita - texto de Ted Kaczynski

Este excerto foi retirado do manifesto do Unabomber "A sociedade industrial e o seu futuro":
(...)
Primeiro consideremos que os cientistas informáticos têm sucesso em desenvolver máquinas inteligentes que conseguem fazer todas as coisas melhor do que os humanos conseguem faze-las. Nesse caso presumivelmente todo o trabalho será feito por um vasto e altamente organizado sistema de máquinas, e nenhum esforço humano será necessário. Um de dois casos poderá ocorrer. Poderão ser permitidas às máquinas tomar todas as decisões por sua conta sem a supervisão humana, ou então o controlo humano sobre as máquinas poderá ser mantido.
Se forem permitidas ás máquinas fazer todas as suas próprias decisões, nós não podemos fazer qualquer conjectura quanto aos resultados, porque é impossível adivinhar como tais máquinas poderão se comportar. Apenas assinalamos que o destino da raça humana estaria à mercê das máquinas. Pode ser argumentado que a raça humana nunca seria tola o suficiente para passar todo o poder para as máquinas. Mas nós não estamos nem a sugerir que a raça humana voluntariamente abdicaria do poder para as máquinas nem que as máquinas obteriam o poder por vontade. O que nós sugerimos é que a raça humana pode facilmente permitir-se a deslizar para uma posição de dependência tal das máquinas que não teria escolha viável senão a de aceitar todas as decisões das máquinas. Enquanto a sociedade e os problemas que enfrenta se tornam mais e mais complexos e as máquinas se tornam mais e mais inteligentes, as pessoas deixam que as máquinas tomem mais decisões por elas, simplesmente porque decisões feitas por máquinas trazem melhores resultados do que as feitas por homens. Eventualmente um estádio poderá ser atingido no qual as decisões necessárias para manter o sistema em funcionamento serão tão complexas que os seres humanos serão incapazes de as tomar inteligivelmente. Nesse estádio as máquinas estarão em controlo efetivo. As pessoas não poderão desligar as máquinas, porque elas estarão tão dependentes destas que desligá-las traduzir-se-ia em suicídio.
Por outro lado, é possível que o controlo humano sobre as máquinas seja retido. Nesse caso o homem médio poderá ter controle sobre certas máquinas privadas dele, tal como o seu carro e o seu computador pessoal, mas o controlo sobre o amplo sistema de máquinas estará nas mãos de uma pequena elite. – tal como está hoje, mas com duas diferenças. Devido a técnicas aperfeiçoadas a elite terá maior controlo sobre as massas; e porque o trabalho humano não será necessário as massas serão supérfluas, um inútil fardo para o sistema. Se a elite não tiver escrúpulos eles podem simplesmente exterminar a massa da humanidade. Se eles forem humanos eles podem usar propaganda ou qualquer outra técnica psicológica ou biológica para reduzir a taxa de natalidade até a massa da humanidade tornar-se extinta, deixando o mundo para a elite. Ou, se a elite consistir de liberais de coração brando, eles poderão decidir desempenhar o papel de bons pastores para o resto da raça humana. Eles se certificarão que as necessidades físicas de todas as pessoas são satisfeitas, que todas as crianças são criadas sob condições psicologicamente higiênicas, que todas as pessoas têm um hobby "preenchente" que os mantenha ocupados, e que todas as pessoas que poderão se tornar insatisfeitas sejam sujeitas a “tratamento” para curar o seu “problema”. Claro que, a vida será tão vazia de sentido que as pessoas terão de ser biologicamente ou psicologicamente engendradas para remover a sua necessidade de impulso de poder ou para faze-las sublimar o seu impulso de poder em algum hobby inofensivo. Estes seres humanos engendrados poderão ser felizes nesta sociedade, mas eles não serão certamente livres. Eles serão reduzidos ao status de animais domésticos.
(...)